CAIO EM REVISTA
Espetáculo solo do ator Roberto Camargo, dirigido por
Luís Artur Nunes, com textos inéditos de
Caio Fernando Abreu.
Produção - COLAATORES
Caio F. e eu fomos amigos a vida inteira. Ainda “guris” em Porto Alegre, um escrevia, o outro fazia teatro. Mas eu também amava a literatura, e ele amava o palco. Mostrava-me seus escritos, eu o convidava a assistir aos meus ensaios. Daí nasceu uma parceria de trabalho: criamos peças teatrais a quatro mãos, teatralizei contos seus, dirigi-o como ator. A obra-prima desta parceria de afeto e arte foi o melodrama A Maldição do Vale Negro. Conquistou-nos o prêmio Molière de dramaturgia, que nos levou a Paris, onde - como conta Robertinho, que lá vivia na época - eu os apresentei e os empurrei para a amizade. Mal sabíamos, então, que, muitos anos mais tarde, confeccionaríamos os três uma colaboração artística, este Caio em Revista. Tristemente, o autor-colaborador já nos deixou. Mas nós o celebramos, encenando seus deliciosos textos, escritos para as publicações da contracultura paulistana dos anos 80: “AZ”, “Around”, “Lira Paulistana”. Absolutamente inéditos em livro ou na internet, só existiam como itens de colecionador (das revistas), até que Roberto os redescobriu e me chamou para colocá-los no palco. Aventura irresistível! Ao escrever para revistas, me ocorre que Caio tirava de sobre os ombros a “responsabilidade” da literatura, e assim se tornava, sem nenhuma culpa, mais leve, mais brincalhão e mais sentimental. Mas sempre luminoso.
Luís Artur Nunes
Caio et moi
Conheci Caio Fernando Abreu em Paris no começo dos anos noventa, quando eu morava na Cidade Luz. Quem nos aproximou foi Luis Artur Nunes que, não por acaso, agora me dirige nesse Caio em Revista. Foi identificação à primeira vista. Amizade ao primeiro encontro. Eu guardava comigo, desde os anos oitenta, um exemplar da Revista AZ com um texto de Caio chamado Bolero. Esse texto foi o motivador da minha busca por esse rico material que revela Caio para além dos romances e contos que o consagraram: Trazem à luz um Caio leve, por vezes ferino e, acima de tudo, bem humorado, que só os amigos conheciam. O prazer de apresentá-lo agora é todo meu!
Roberto Camargo
O ESPETÁCULO CAIO EM REVISTA é uma homenagem ao escritor Caio Fernando Abreu.
O ator Roberto Camargo, um dos fundadores da Terça Insana, será porta voz de Caio em textos pessoais, falados em primeira pessoa, crônicas que foram publicadas em revistas, como a Around e AZ, sucessos editoriais de Joyce Pascowitch, que retratavam os anos 80 com as suas questões sexuais, sociais e a efervescente cena cultural de São Paulo.
O espetáculo mostra um Caio humorista e cronista, cheio de graça e de luz. O roteiro aborda a relação de Caio com a cidade de São Paulo, suas memórias da infância e da juventude, sua visão crítica da sociedade e dos tipos urbanos que a compõem, como o bar Ritz, a novela Vale Tudo, a boite Madame Satã e as músicas de Rita Lee, Madonna e Chet Baker. Tudo isso temperado com a ironia fina, o humor cáustico e requintado que caracterizaram a vida e a obra do escritor, uma pessoa à frente do seu tempo, ligado em questões que só muito mais tarde viriam a ser discutidas.
FICHA TÉCNICA
Espetáculo: CAIO EM REVISTA Textos: Caio Fernando Abreu
Roteiro e Atuação: Roberto Camargo
Direção: Luís Artur Nunes
Assistência de direção: Patrícia Vilela
Projeto Gráfico: Guto Lacaz
Iluminação: Rodrigo Cordeiro
Figurino: Mareu Nitschke
Trilha Sonora: Roberto Camargo e Luís Artur Nunes
Edição de Trilha Sonora: André Omote
Peruca: Cabral
Filmagem : Amilcar Filho
Direção de Produção: COLAATORES
AGRADECIMENTOS
Anderson Moura, Anette Naiman, Celso Frateschi, Cida Moreira, Eliseu Cabral, Emerson Brandt, Fernando da Silva Freitas, Gabriela Parejo, Humberto Vieira, Léo de Léo, Luiz Henrique Aguiar Campos (Normanda), Mara Carvalho, Marcos Breda, Murilo Carraro, Odilon Henriques, Rosangela Ribeiro, Samuel Oliveira, Sylvia Moreira, Mi Teatro.
O ESPETÁCULO CAIO EM REVISTA ESTREOU NO TEATRO VIRADALATA NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2024.